11 de Setembro

 Ela fechou os olhos, e lentamente se lembrou daquela manhã de 2001. Voltando pra casa dos avós, a pé, dentro do condomínio de casas, em meio ao frio de Teresópolis, em meio aos devaneios dos 20 anos. A Universidade Federal em greve, sem nenhuma perspectiva de voltar, incentivou a menina para esta viagem de "férias" para a casa dos avós. O condomínio, tranquilo, com piscina, a cidade, com sua feirinha de fim de semana e o melhor dos motivos: a companhia da avó querida e do avô taciturno, mas afetuoso, sempre. De volta aquela manhã de setembro, a caminhada da volta da piscicina, o frio batendo no corpo, os pensamentos soltos sobre a vida, o futuro, a faculdade. Chegando em casa, a televisão exibia um filme? Aviões batendo e explodindo, de encontro à um prédio muito alto. Mas o rosto das pessoas assistindo a tv, seus avós, não era de quem assistia um filme. Era real. Real. Um avião, depois o outro. As torres em chamas. Os momentos seguintes definem um década, uma geração.

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